quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Hortelã e a Joaninha sem pintas





É a erva da amizade e do amor, o símbolo da hospitalidade.

.Diz a lenda  que Zeus e Hermes nas suas andanças pela Terra, foram acolhidos na casa de um casal de pobres anciões, que encheram a mesa com hortelãs para melhor os receber.
 Os deuses reconhecidos  transformaram o pobre casebre num palácio.

Outra lenda dá conta que Sherazade, a personagem das Mil e uma noites lia  ao sultão os seus contos acompanhando com   cházinhos de hortelã. 


É utilizada  em culinária, como aromatizante ou tempero. Por vezes, É simplesmente cultivada como planta ornamental.
É uma das plantas mais usadas do mundo

É também utilizada como planta medicinal, estando inscrita nas farmacologia de muitos países da Europa. De entre as inúmeras virtudes citadas, podem destacar-se: estimulante estomacal. Usado para problemas digestivos, flatulências, dispepsias nervosas, empregado nas palpitações e tremores nervosos, vómitos, cólicas uterinas, útil nos catarros bronquicos facilitando a expectoração. O chá feito de hortelã também é usado como calmante.


Foto: Paranhos Porto

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A culpa do Azevinho



O azevinho, uma planta sagrada dos Druídas, era suspenso no exterior das casas  dos Vikings como um sinal de paz e boas-vindas aos estrangeiros.


Mas para os primeiros cristãos, segundo os quais Cristo fora crucificado numa cruz de madeira de azevinho, o peso da culpa fizera murchar a planta, que, não sendo utilizada na decoração de igrejas, se manteve, contudo como o emblema por excelência da época natalícia.


O hábito de as pessoas se beijarem debaixo do azevinho parece estar confinado ao mundo da língua inglesa, já que não se encontram vestigios dele, noutros países.
Mesmo em tempos relativamente modernos o Natal suscitou controvérsias por englobar elementos sagrados e profanos.


 Sob o regime puritano inglês do século XVII foi atacado devido ás suas associações, com o paganismo, e os soldados de Cromwell receberam ordens de arrancar as decorações da quadra.


A proibição estendeu-se à  América, onde vigorou até 1836  altura em que os rigoristas, dos Pilgrim Fatherts (os puritanos ingleses que haviam fundado a colónia de Plymouth no ano de 1620 ) finalmente lograram vencer a sua intransigência e proclamaram o 25 de Dezembro, feriado nacional.
Tal como o Natal, também a Páscoa foi retirada pelos primeiros cristãos do calendário pagão.


Escolheu-se o Festival da Primavera, de Eostre, a deusa da Aurora que se celebrava perto do equinócio da Primavera - a data em que o dia e a noite têm a mesma duração.

Foto: -Paranhos Porto

Quem é o homem da lua







Ao longo dos tempos, as crianças do mundo ocidental interpretaram as manchas visíveis na superficie da Lua como sendo o rosto de um homem, a que chamaram ingénuamente o Homem da Lua.

Um conto alemão identifica este personagem, com um velho que ofendeu Deus por cortar lenha a um domingo, dia  santificado, e foi condenado a prisão perpétua na Lua.

Segundo outra versão, é um ladrão de couves, roubadas na noite de Natal, que todos os anos se volta e mostra ao Mundo o seu molho de couves.

Uma história puritana, afirma que o homem sofre o castigo em que incorreu, por ter revestido de espinhos e sarças o caminho para a igreja, com intenção de o bloquear.

Um dos numerosos castigos que a tradição inflingiu a Judas Iscariotes, foi o de ficar preso na Lua.


Para os Masai, do Quénia, as manchas da Lua representam um rosto de mulher de lábios inchados e deprovido de um olho, lesões sofridas em consequência de uma discussão com o marido, o Sol.

As interpretações chinesas, são menos violentas. Identificam o homem da Lua com um sapo, um coelho comendo arroz, ou um ancião que liga com um cordão de seda, casais de marido e mulher

Sumaúma









Sumaúma ou samaumeira ( do tupi) , grande árvore da
família das Bombáceas, de madeira branca, vive em regiões
com bastante húmidade. O imenso tronco é apoiado em
enormes raízes, cuja parte aérea, é utilizada para a confec-
ção de mesas rústicas, tábuas de lavar roupas, etc. Seus
frutos produzem paina, usada para travesseiros e outros
estofados domésticos. É uma das maiores árvores da re-
gião amazônica.







O nome científico da samaúma é : Ceiba Petranda.


Esta sumaúma é bem portuguesa e a foto foi tirada  aos muros do um quartel do exército, abandonado no centro da cidade do Porto



sábado, 5 de dezembro de 2015

O lobo a raposa e o macaco





No meio da floresta imensa povoada ela mais abundante e variada flora, erguia-se o "palácio da justiça" de toda a bicharada silvestre: um giganteso carvalho grosso e já carcomido cujas franças se estendiam por sobre o arrelvado solo, cobrindo-o com a sua sombra bemfazeja.
Aí vivia com numerosa família um macaco já adiantado em idade, que tinha sido eleito pelos habitantes da selva juíz de todas as contendas.
Todos o estimavam já por ele ser velho já porque as suas sentenças se caracterizavam por aquela imparcialidade e justiça que não vê amigos nem inimigos e dá a cada um o que a cada um pertence.


Havia já muito tempo que o macaco não era chamado a julgar qualquer crime ou demanda.
Um dia, porém, quando ele, sentado num grosso ramo contemplava os exercícios acrobáticos de dois filhos, e mais quatro netos, a quem ia dando os conselhos que julgava convenientes, chegaram junto do carvalho, um lobo e uma raposa, cujas atitudes denotavam que o primeiro não podia deixar de ser queixoso, e que a segunda era ali conduzida como ré ou acusada.
Logo que os viu, o macaco desceu do seu posto de observação e veio descendo lestamente para um ramo mais próximo dos recém-chegados.
Todos os macacos e macaquinhos, pressentindo novidade, abandonaram  as variadas ocupações em que se entretinham, e, de ramo em ramo, aos saltos e dando guinchos de alegria, foram postar-se em lugar donde melhor pudessem presenciar o espectáculo. Faziam um barulho ensurdecedor; mas o velho símio olhou-os carrancudo , deu-lhes um berro, e imediatamente toda aquela macacaria irrequieta tomou a postura das estátuas.
 
- Que é que querem ? - perguntou ele.
A raposa, ia falar, muito mansa ; o senhor juíz, poré, impôs-lhe silêncio.
- Fale primeiro o lobo - ordenou.
- Saiba vossa senhoria, senhor juíz, que aqui a minha comadre me roubou ontem, a melhor peça de caça que eu tinha para o jantar de hoje.
- Roubou ontem o que tinha de ser comido hoje?
Adiante. E tu o que dizes raposinha?
- Eu digo que não roubei coisíssima nenhuma!
- Muito bem! - exclamou o juíz.
E, voltando-se para o lobo:
-Tens testemunhas?
- Não senhor juíz. Mas foi ela concerteza.
A raposa estava calada . Os macacos sentados ou dependurados nos ramos, trocavam palavras em voz baixa, ou riam-se piscando os olhitos vivos e maliciosos.
Então o juíz tossiu, escarrou para o lado, limpou os beiços à cabeluda mão, e pronunciou a sentença:


- Ouvidos o queixoso e a ré; devidamente ponderados os seus depoimentos, e pelo conhecimento que tenho dos costumes de ambos, concluo que tu, lobo, não foste roubado, mas tenho a certeza que a tua comadre raposa já alguma vez te larapiou.Pelo que vos condeno a serdes bastonados, pelos oficiais da minha justiça
Ditas que foram estas últimas  palavras desceram da árvore quatro latagões, de quatro macacos, armados de cacetes que, se não deram a matar, foi sómente porque os dois animais desavindos, depois de levarem as primeiras pancadas, resolveram fugir, um para cada lado, enquanto todos os macacos se riam a bom rir, daquele desfecho da questão.


José P. Tavares -  Cinquenta Fábulas de Fedro

Hoje roubei todas as rosas dos jardins

 


Hoje roubei todas as rosas dos jardins
 e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.
Eugénio de Andrade

Como nuvens pelo céu


Como nuvens pelo céu
 Passam os sonhos por mim.


Nenhum dos sonhos é meu Embora eu os sonhe assim.
São coisas no alto que são
Enquanto a vista as conhece,
Depois são sombras que vão
Pelo campo que arrefece.
Símbolos? Sonhos?
Quem torna Meu coração ao que foi?
Que dor de mim me transtorna?
Que coisa inútil me dói?


Fernando Pessoa

Poemas inconjuros

  A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...