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sábado, 7 de outubro de 2017

Ode aos animais sofredores


Sobre a pedra friável, à luz do meio dia

vi uma lagartixa .
Da minha passada rangente não fugia,
embora outrora pedrinhas e areia a deslizar
e o mais leve dos sopros a
conseguiam espantar.
Debruçado sobre este ser, vi que o corpinho luzente
murchava a olhos vistos.
Virava a cinzento
seu brilho de esmeralda.
 A língua febril implorava
e revelava fraqueza, tortura,
vida que a abandonava
Pensativo me fui, e chegado ao meu portal
encontrei um gatinho, fantasma no umbral,
gemendo a sua miséria, este lixo peçonhento
pedia morte imediata pedindo fim ao seu tormento

Virei ainda a face, mas meu espírito entorpecido
deixou de sentir o júbilo quente do dia.
Enegrecido
o mar requebrava.
 Em volta bramava o mundo criado,
depósito imundo de tanto sofrimento passado e angustiado .

Jurei então que jamais vos olvidaria
ínfimos bichos cujo destino me afligia.
Quando um dia  minha alma já memória indolor ,
a ambos nos levará, junto do Criador.


Franz Werfel  foi um zoólogo e explorador austríaco  especializado em Herpetologia e Entomologia
Nasceu em 1867 e faleceu em 1939
Defensor acérrimo da vida Werfel chegou a afirmar e muito acertadamente que existe uma ligação directa entre a fé na imortalidade e a compaixão universal para com todos os seres vivos.

Poemas inconjuros

  A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...