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domingo, 25 de dezembro de 2016

O meu Pai Natal angolano


domingo, 29 de novembro de 2015

As abelhas e o cuco do mel (Um conto Angolano)







Um dia uma abelha teve um filho e pediu ao cuco:
- Ó cuco, dás-me uma das tuas penas para enfeitar os cabelos de um filho que me nasceu?
-Dou - disse o cuco ; e, arrancando com o bico uma das penas mais lindas , entregou-a ao insecto, desvanecido com a sua nova maternidade.
Mas o cuco, por sua vez, também teve um filho: e, lembrado do que se passara por ocasião do filho da abelha, entendeu que estava no direito de lhe pedir um favor idêntico.


- Ó abelha - disse ele - dás-me uma das tuas asas, para enfeitar os cabelos do filho que me nasceu?
- Que dizes cuco? Uma das minhas asas? ! E depois? Com que asas hei-de eu voar?
- Abelha, - retorqiu o cuco,formalizando-se - Quando tu me pediste a pena, eu arranquei-a do corpo sem hesitar ; e agora, que te peço a asa, tu respondes-me - tenho só duas?! Então está bem: Conta para o futuro com a vingança do cuco.


Todos sabem como o cuco cumpriu a sua palavra terrível . A abelha não pode esconder em parte nenhuma com segurança o seu mel : vem o malvado, e tanto faz, tanto pia que descobre esses doces tesouros ao homem.
Mais; Se vê um cortiço, arma o bico à entrada, e abelha que sai é uma abelha papada !


D. João Evangelista de Lima Vidal  (Por terras de Angola)
João Evangelista de Lima Vidal (Vera Cruz, Aveiro, 2 de abril de 18745 de janeiro de 1958) foi um religioso português, bispo de Aveiro e membro da Ordem Terceira de São Domingos


        (retirado do meu livro de leitura do 1º. ano do ensino  liceal  1952







quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O cão e o lobo ( Um conto angolano )





Um dia morreu a mãe de um lobo; mas o orfão, sentindo mais fome do que pesar, disse para um cão seu amigo:
-É melhor comê-la : e depois quando morrer a tua, também a comeremos.
- Está dito !
Morreu a mãe do cão. Ora o lobo andava para a caça, e o seu colega pensou assim :
Se a enterro no mato, vem ele, o sempre faminto, sente o cheiro, abre a cova e devora-a ...
Será melhor enterrá-la debaixo da lareira.
Quando o lobo chegou perguntou :
- A tua mãe?
- Morreu e enterrei-a no mato - respondeu o cão.
Mas o carniceiro farejou por toda a parte, interrogou a terra, interrogou os ventos.
Debalde :
Não deu por nada!
Quis procurar na lareira, mas o calor era muito, escaldava-lhe as patas !


O cão, àquela vista rosnava, de si para si:


Eh, amigo, está  quente ! Bem me lembra a mim da combinação que foi feita nesse dia em que comemos a tua mãe!
             
                       
Desde então por diante, quando os cães se querem enrolar ao borralho, dão primeiro duas voltas completas em homenagem à progenitora sepultada na  terra quente, e salva por esse estratagema, da dentuça insaciável do lobo...


D. JOÃO EVANGELISTA DE LIMA VIDAL - (Por terras de Angola)


João Evangelista de Lima Vidal (Vera Cruz, Aveiro, 2 de abril de 18745 de janeiro de 1958) foi um religioso português, bispo de Aveiro e membro da Ordem Terceira de São Domingos
        (retirado do meu livro de leitura do 1º. ano do ensino  liceal  1952






    



















Poemas inconjuros

  A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...