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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Elementos


De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar ao vento e à lua.


Sophia de Mello Breyner Andresen


sábado, 22 de julho de 2017

Rememoração

Casa

Permanece presente como um reino
E atravessa meus sonhos como um rio

Sophia de Mello Breyner Andresen
Fotografias : Casa Andresen


sexta-feira, 21 de julho de 2017

Horas vazias

Cada dia é mais evidente que partimos
Sem nenhum possível regresso no que fomos,
Cada dia as horas se despem mais do alimento
Não há saudades, nem terror que baste

Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Mar sonoro

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há  em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem: Praia Homem do Leme - Foz do Douro
Porto

sexta-feira, 14 de julho de 2017

As rosas

Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os  meus dentes
Todo o luar das noites transparentes
Todo o fulgor das tardes luminosas
O vento bailador das Primaveras
A doçura amarga dos poentes
E a exaltação de todas as esperas!

terça-feira, 4 de abril de 2017

"Se"




Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na luta por um bem definitivo
Em que as coisas de amor se eternizassem.

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 25 de março de 2017

A casa


A casa que eu amei foi destroçada
A morte caminha no sossego do jardim
A vida sussurrada na folhagem
Subitamente quebrou-se não é minha

Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem: Casa Andresen (actualmente Jardim Botânico)


Retrato de uma princesa desconhecida





Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino

Sophia de Mello Breyner Andresen

•*¨*•.¸¸  ❤

* Imagem de mulher da tribo Ndebele - África do Sul



quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Descobrimentos


Saudavam com alvoroço as coisas
Novas
O mundo parecia criado nessa mesma
Manhã...1

Sophia de Mello Breyner Andresen,

Poemas inconjuros

  A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...