Muitos alquimistas dedicaram a vida à procura de exemplos físicos da substância, mas quando isso se provou ser ilusório surgiu a teoria de que a substância era não-material, talvez até espiritual na essência, e que só podia ser reconhecida por iniciados. A alquimia árabe, uma forma avançada deste conhecimento. pode de facto ter descoberto a pedra não-material na forma de electricidade, como sugere a descoberta no Iraque em 1936 de artefactos mais tarde identificados como cerâmica além de baterias de cobre datando no período (248 a.C.- 226 d.C.)
segunda-feira, 14 de junho de 2021
A pedra filosofal
Muitos alquimistas dedicaram a vida à procura de exemplos físicos da substância, mas quando isso se provou ser ilusório surgiu a teoria de que a substância era não-material, talvez até espiritual na essência, e que só podia ser reconhecida por iniciados. A alquimia árabe, uma forma avançada deste conhecimento. pode de facto ter descoberto a pedra não-material na forma de electricidade, como sugere a descoberta no Iraque em 1936 de artefactos mais tarde identificados como cerâmica além de baterias de cobre datando no período (248 a.C.- 226 d.C.)
sábado, 10 de abril de 2021
Invisível
De repente, estaquei . (...)
dois passos atrás,
oh!!!
Impossível... !
Anos a fio invisível...!
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
Sabes quem eu sou? Eu não sei .
Sabes quem eu sou? Eu não sei.
Outrora, onde o nada foi
Fui o vassalo e o rei,
É dupla a dor que me dói.
Duas dores eu passei.
Fui tudo o que pode haver
Ninguém me quis esmolar;
E entre o pensar e o ser
Senti a vida passar
Como um rio sem correr
Fernando Pessoa
Poesias inéditas
(1930-1935) 1955
« Estrangeiro aqui e em toda a parte»
Pessoa viveu como o Marinheiro do seu drama simbolista, por conta de um futuro que ainda não existe . É a leitura dos seus poemas quem o faz adivinhar e apetecer . Há meio século isso era mais sensível para quem o descobria, e nele se descobria do que hoje, em que se tornou o lugar comum da cultura portuguesa e um ícone incontestável da cultura universal . O que ele desejou a vida inteira foi estar nu, nu culturalmente como ninguém antes dele o estivera, pois não havia verdade ou verdades que pudessem ou tivessem o condão de o vestir.
Na ordem aparente da vida, o seu sonho fracassou inteiramente .
Ninguém suportou a sua nudêz.
Todos nos consertámos para lhe oferecer a pátria que não teve, não queria e não podia ter.
Pessoa clamou isso em todos os tons, do fundo do poço com vista virtual para um céu que não o podia ouvir.
Tem hoje a superpátria, que nem mesmo nos seus sonhos mais vertiginosos não se atrevera a imaginar. . Nunca esteve mais só, que no seu trono de pura glória. E já ninguém o pode devolver à sua solidão original, tão rente à alma de onde surgiam, como do caos mesmo os poemas onde ele era o absoluto estrangeiro de si mesmo,
LuzB
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
A origem do Natal
Só no século lV o dia 25 de Dezembro foi definitivamente fixado como festa da Natividade, porque o hábito pagão de que derivavam os hábitos cristãos se realizava por volta dessa data.Até então era a festa do Solstício de inverno, uma combinação do Festival escandinavo de Yule e das Saturnais dos romanos
Uma semana de festins
Os festejos romanos prolongavam-se por sete dias e constituiam uma ocasião para troca de presentes - hábito pagão incorporado no Natal.
Mesmo os mais acérrimos defensores não logravam erradicar a noção de que os Saturnais eram época de diversão
Os romanos costumavam trocar de papel com os seus escravos que elegiam o seu próprio "rei" para a festividade o qual presidia a um grande banquete a que o amo o servia com todas as honras assim como a todos os seus companheiros de escravidão.
No final da ceia os escravos- rei eram conduzidos para o anfiteatro, onde eram executados
Em Inglaterra há um hábito semelhante nas forças armadas inglesas em que os oficiais seguindo a tradição romana servem a ceia de Natal na messe aos soldados.
Quando invadiram a Inglaterra em 1066 os Normandos introduziram nas festividades natalícias um rei fantoche com o nome Lord da Confusão cuja missão era garantir a realização das festividades segundo os velhos métodos pagãos.
Árvores de Natal e velas, são tradições escandinavas ; eram símbolos de fogo e da luz que aliviavam os homens do frio e das trevas do inverno nórdico .
Séculos depois e com a implantação do cristianismo surgiram as canções e os autos de Natal
E o Pai Natal substituiu Lord Confusão no seu traje vermelho como S. Nicolau o santo patrono das crianças
* Saturnais
Nome de uma festa da Roma antiga em honra de Saturno, o deus romano das colheitas. A festa começava a 17 de Dezembro e durava sete dias.
*Festival de Yule
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
A raposa e a rã
Um rã saiu do charco e, trepando para um alto, anunciou a todos quantos ali estavam que podia curar todas as doenças.
Fez um grande discurso, servindo-se de muitas palavras compridas, e pouco usuais, que ninguém compreendia, e muitos animais começaram a dar provas de admiração pela rã.
Por fim, apareceu a raposa « Ai podes curar todas as doenças ?» perguntou. «Então minha amiga, diz-me por favor, como te propões curar os outros quando tu própria tens um queixo de rabeca, uma cara pálida e miserável, e uma pele cheia de manchas ??»
Moral da história: Não devemos armar-nos em professores dos outros quando nós próprios cometemos os mesmos erros! ≧❀‿❀≦
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Do Livro do Desassossego
É impossível não sentir uma certa emoção com a leitura da opinião que Pessoa tem de si mesmo.
Vezes sem conta li este capítulo o nº 22 do Livro do Desassossego ...Em mim há um misto de emoções......Pensar que para lá do futuro e como ele vaticinou, mas mal imaginaria a dimensão, o "seu Reino" quase um século depois, é conhecido e admirado em todos os cantos do mundo!
Verdadeiramente, um ser humano extraordinário!...
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
Visita a Lin-Yutang
Das Crónicas de Gog
Cambridge (Massassuchetes ) , 29 de Outubro de 1951
Consegui finalmente, travar relações com Lin-Yutang o chinês mais inteligente que conheço.
Lera com vivo prazer alguns livros seus e empenhava-me em saber as suas últimas opiniões sobre a sua pátria.
Lin-Yutang é um homem franco e cordial; nada tem do professor, pedante, do diplomata; sorri com frequência, mesmo quando fala em coisas sérias. Quis responder à minha interrogação sem os habituais preambulos precautórios.
- O povo chinês - disse-me - é o mais perigoso que há no mundo e, por isso, está destinado a dominar a terra.
Por séculos e séculos ficou fechado nos confins do imenso império porque acreditava que o resto do planeta não tinha nenhuma importância. Mas os Europeus e, depois os Japoneses, abriram-lhe os olhos, os ouvidos e o espírito. Quiseram à força arrancar-nos do nosso covil e hão-de pagar caro a sua cobiça e curiosidade. Há um século que os chineses esperam a vingança e vingar-se-ão .
A revolta dos Boxers, em 1900, não foi senão a primeira tentativa mal conduzida e mal sucedida. Mas o povo chinês é astuto e paciente: escolheu outros caminhos. Em 1910 converteu-se à diplomacia republicana; em 1948, ao comunismo. Na realidade os Chineses não são conservadores, nem democráticos, nem comunistas. São simplesmente Chineses, isto é, uma espécie humana à parte, que pretende viver e sobreviver, que se multiplica e se deve expandir mais por necessidade biológica que por ideologia política .
O povo chinês é imortal, sempre igual a si mesmo, sob todas as dominações . Nem os Tártaros, nem os Japoneses, nem os americanos, nem os Russos conseguiram ou conseguirão transformá-lo. Pulula e alastra como um gigantesco polipeiro, tenaz e compacto, que nenhum estrangeiro conseguirá fender .
As invasões não o domaram, as guerras perdidas não o venceram, as carestias não o dizimaram, as infecções não o enfraqueceram, o ópio não o estupidificou, as revoluções não o abalaram. Nenhum outro povo pode esperar dominá-lo ou repeli-lo. É um povo manhoso e cruel, povo de mercadores e intrujões, de bandidos e carrascos, que sabe socorrer-se para os seus fins, ora do engano, ora da ferocidade. Está fadado, pois, a ser o senhor do Mundo, porque os outros povos são mais ingénuos e bondosos do que ele. Levará o tempo que for preciso, mas o futuro pertence-lhe.
Quando o imperador Guilherme II, há cinquenta anos, e o «perigo amarelo», teve o maior clarão de génio de toda a sua vida. Zombaram então da imperial ave de mau agoiro, mas a História prepara-se para lhe dar razão.
Os Chineses começaram por mandar vanguardas a todos os países do mundo: à Malásia, à Indonésia a quase todas as terras da Ásia. Existem bairros chineses Em S. Francisco Nova Iorque Londres e Paris . No principio após-guerra os vendedores ambulantes chineses, apareceram com o pretexto de vender pérolas falsas nas ruas de Berlim e de Roma de Madrid e do Cairo. Não eram mais que os primeiros mensageiros do grande derrame.
Os chineses serviram-se da republica de Sun-Yat-Sen para se livrar dos parasitas do velho Império Manchú ; serviram-se do bolchevismo para se desfazer dos parasitas da república burguesa; livrar-se-ão qualquer dia sob uma bandeira escolhida por comodidade, dos parasitas do comunismo. São um povo sem escrúpulos, que se utiliza das ideias mas recusa a tornar-se escravo delas; a ela pertencerá, com o tempo, a Terra .
O essencial, para a infinita massa de chineses, é gerar filhos e ter arroz suficiente para os sustentar : tudo o mais, são disfarces, pretextos . A terra deles é grande, mas pobre, e, portanto a pouco e pouco serão impelidos a ocupar outros países . O Tibet , a Coreia, a Indochina a península de Malaca serão os primeiros bocados. Mas o apetite vem a comer . Mal tenham o suficiente de armas modernas, ninguém poderá detê-los, e esses quinhentos milhões de famintos, astuciosos e cruéis, nem mesmo os duzentos de eslavos. Já na Idade Média os mongóis invadiram a Rússia e alcançaram os confins de Itália ; na nova Idade Média que se prepara ; a América conseguirá salvar-se, mas não para sempre .
O « perigo amarelo» tornar-se-á dentro de gerações a «dominação amarela». Na vossa ideia de ocidentais, o amarelo é a cor da inveja e do livor; os amarelos não podem suportar que haja raças superiores, e submetê-las-ão. O seu domínio, não será suave nem fácil, mas apesar de tudo o Celeste Império tornar-se-á um dia remoto, embora o Império em que o sol nunca se eleva, nem se põe.
Está a falar a sério, perguntei a Lin-Yutang?
Não há nada de mais sério Mister Gog , respondeu o genial ainda se ria.chinês e largou uma gargalhada tão alegre e inextinguível que me assustou . Já não conseguia dizer palavra, e quando o deixei, ainda se ria
Do Livro Negro de Giovanni Papini 1951
Lin -Yutang foi um escritor chinês cujo trabalho original e traduções de textos clássicos se tornaram muito populares no Ocidente
Nasceu em 1895
Faleceu em 1976
Poemas inconjuros
A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...
-
Quando a minha alma estende o olhar ansioso Por esse mundo a que inda não pertenço. Das vagas ondas desse mar imenso Destaca-se-me um v...
-
A última frase escrita de Fernando Pessoa Morreu no dia seguinte a 30 de Novembro de 1935 com 46 anos vítima de cirrose hepática pr...
-
A rua é a do Almada, e a pintura dentro de uma Galeria mais diria Estudio de artista, excepcional. Estive não sei quanto tempo parada ...