sexta-feira, 26 de abril de 2019

Escolha o seu veneno


Gustavo III da Suécia considerava o café um veneno.
Para demonstrar a sua teoria, condenou um assassino a beber café todos os dias até morrer. 
A fim de estabelecer uma comparação, outro assassino foi perdoado, sob a condição de beber chá diariamente. 

Foram nomeados 2 médicos para supervisionarem a experiência e verificarem quem morreria primeiro.
Porém, os primeiros a morrer, foram os médicos . Seguiu-se o rei assassinado em 1792 .
 E decorridos muitos anos um dos criminosos, morreu aos 83 anos, Tratava-se do bebedor de chá.

Os resultados da experiência foram abandonados e assim se desconhece  quando morreu o bebedor de café.
                                                                         
A  proibição de beber café foi restabelecida na Suécia, primeiro em 1794 e mais tarde em 1822.

                                                                          ***
Moral da história,  morrer morres sempre de uma maneira ou de outra. Nos intervalos  aproveita a vida.
E Viva o café!!!

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Não posso adiar o amor...

rosa chá  A noite flutua  e as rosas dormem mimosas  aos beijos da lua.  Humberto del Maestro:
                                                    Para António...

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

17 Out 1924 // 23 Set 2013
Poeta/Ensaísta


Considerado um dos melhores poetas portugueses contemporâneos, António Ramos Rosa, recebeu inúmeros prémios e já viu o seu nome apontado como candidato ao Prémio Nobel da Literatura.

A aventura das palavras que é a sua poesia não deixa indiferentes os que a lêem; o poeta figura em inúmeras antologias estrangeiras, nomeadamente na Europa e América-Latina.

Ler e partilhar a poesia de António Ramos Rosa é entrar numa viagem grátis pelo mundo perfeito da fantasia que é o da realidade





quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Meu País Desgraçado

Meu país desgraçado!…
  E no entanto há Sol a cada canto e não há Mar tão lindo noutro lado.
  Nem há Céu mais alegre do que o nosso, nem pássaros, nem águas…
  Meu país desgraçado!… Porque fatal engano?
  Que malévolos crimes teus direitos de berço violaram?
Meu Povo de cabeça pendida, mãos caídas, de olhos sem fé — busca, dentro de ti, fora de ti, aonde a causa da miséria se te esconde.
  E em nome dos direitos que te deram a terra, o Sol, o Mar, fere-a sem dó com o lume do teu antigo olhar.

Alevanta-te, Povo!
  Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres, a calada censura que te reclama filhos mais robustos!
  Povo anémico e triste, meu Pedro Sem sem forças, sem haveres! — olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
  Reganha tuas barcas, tuas forças e o direito de amar e fecundar as que só por Amor te não desprezam!

Sebastião da Gama

sábado, 24 de novembro de 2018

A lenda dos cogumelos venenosos


Há muito, muito tempo. num país distante, havia um pequeno bosque repleto de inebriantes tons de verdes e castanhos. Conta-se que este bosque era habitado por duendes que cuidavam dele como se fosse um jardim, e por isso crescia uma vegetação abundante e no solo os mais belos e saborosos cogumelos jamais vistos. Todos os anos, pela Primavera, vinham habitantes de outras terras em romaria só para ver e comprar tão exuberantes cogumelos.




Talvez por ser um lugar mágico, os jovens habitantes daquela aldeia escolhiam os troncos das suas árvores para fazerem juras de amor. Muitos eram os casais de namorados que se encontravam à noite às escondidas, por entre as folhagens dos arbustos e as grossas raízes que rompiam a superfície, e trocavam carícias e beijos proíbidos

Conta-se que uma noite uma jovem apaixonada seguiu o seu amado pela escuridão, calcorreando caminhos de pedras e terra batida apenas acompanhada por uma lua tímida. Perdida, e sem encontar o seu amado, a jovem sentou-se à beira de um pinheiro alto para descansar. Foi nesse momento que ouviu, não muito longe, risos e susurros. Levantou-se devagar, escondendo-se por detrás das ramagens de uma giesta, e viu destroçada o seu amado segurando com os braços outra rapariga da aldeia. A jovem ficou a vê-los enlaçados sobre uma cama de folhas amarrotadas e, quando abandonaram o local abraçados, o seu amado arrancou um cogumelo vermelho do chão e colou-o no decote do peito da  amada


Diz-se que a jovem chorou a noite inteira e as suas lágrimas invadiram o solo verdejante onde brotavam os cogumelos coloridos. A tristeza da jovem sensibilizou a natureza e nesse dia o sol não raiou. Uma penumbra apoderou-se do céu e todos cogumelos perderam a cor. Conta-se que depois daquele estranho dia em que o sol não nasceu e os cogumelos mudaram de cor, as pessoas que comeram aqueles cogumelos morreram envenenadas.

Lendas de Portugal

domingo, 27 de maio de 2018

A prisão dourada


Experimenta fazer esta experiência:

Constrói um castelo. Começa pelo chão e coloca-lhe mármore.
De seguida enche as paredes de obras de arte, e aqui e ali,  ouro, pássaros do paraíso, jardins suspensos e depois  entra lá para dentro..

Pode ser que nunca mais queiras de lá sair. Tens lá tudo o que sonhaste um dia e pensas;
Oh... finalmente! Que bem que aqui estou... !

Mas de repente, - quem diria - constroem muros à volta do teu castelo e dizem-te!
Tudo isto é teu  desde que nunca saias daqui.
Então, acredita, nesse mesmo instante desejarás abandonar  esse teu castelo trepando pelo muro e saltando  para fora.

De repente todo esse luxo  toda essa grandeza se torna num peso  e sentes um enorme  sofrimento..

Afinal ... apenas de uma coisa precisas.
Um pouco de  Liberdade...!


Foi em Dostoievski  e na sua Prisão Dourada texto extraído do seu livro  Crime e Castigo escrito em 1866 que pensei ao ver esta linda rosa a tentar sair pelo  muro  do jardim de uma  linda mansão ali para os lados das Antas.

Há cada coisa...


quarta-feira, 2 de maio de 2018


Segundo uma  lenda de origem  Alemã, no tempo dos contos de fadas, um cavaleiro, acompanhando em passeio a sua dama pela beira de um rio, viu umas lindas e minúsculas flores.
Atencioso apressou-se a colher um lindo bouquêt. mas escorregou e caiu ao rio.

 O peso da sua armadura não o deixou levantar-se e ao sentir que ia morrer afogado, ele atirou as flores para a sua amada, dizendo "Não te esqueças de mim"
A partir daí as florzinhas ficaram  a serconhecidas por este nome..."Não te esqueças de mim"...

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Sentenças rimadas


Quem fêz a casa na praça
A muito se aventurou ;
Uns dizem que ela que é baixa,
Outros que de alta passou.


Tudo o que nasceu morreu
Lá no pino do verão;
Tudo torna a renovar,
Só a mocidade não !


Pelo céu vai uma nuvem
Todos dizem: - Bem na vi!
Todos falam e murmuram,
Ninguém olha para si.


A cantar ganhei dinheiro,
A cantar se me acabou;
O dinheiro mal ganhado,
Água o deu, água o levou .


Bendito Senhor da Serra,
Lá no alto do Padrão;
Quem não quer que o mundo fale,
Não lhe dê ocasião .


O cravo depois de sêco,
Foi-se queixar ao jardim:
A rosa lhe respondeu:
 - Por tempo tudo tem fim.


O ladrão do milho verde,
A manha que ele sabia:
Guardava orvalho de noite
P'ra beber em todo o dia !


Se à minha porta faz lama,
À tua faz um lameiro ;
Não digas mal de ninguém ,
Sem olhares p'ra ti primeiro.


Debaixo da trovisqueira
Saiu a perdiz cantando;
Deixemos falar quem fala...
É mundo, vamos andando


Tu queres subir ao alto,
Ao alto queres subir ;
Mas quem ao mais alto sobe,
Ao mais baixo vem cair.


Uma saudade me mata,
Uma crença me sustém,
Uma esperança me diz:
Após tempo, tempo vem.




Poemas inconjuros

  A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...