Quem fêz a casa na praça
A muito se aventurou ;
Uns dizem que ela que é baixa,
Outros que de alta passou.
Tudo o que nasceu morreu
Lá no pino do verão;
Tudo torna a renovar,
Só a mocidade não !
Pelo céu vai uma nuvem
Todos dizem: - Bem na vi!
Todos falam e murmuram,
Ninguém olha para si.
A cantar ganhei dinheiro,
A cantar se me acabou;
O dinheiro mal ganhado,
Água o deu, água o levou .
Bendito Senhor da Serra,
Lá no alto do Padrão;
Quem não quer que o mundo fale,
Não lhe dê ocasião .
O cravo depois de sêco,
Foi-se queixar ao jardim:
A rosa lhe respondeu:
- Por tempo tudo tem fim.
O ladrão do milho verde,
A manha que ele sabia:
Guardava orvalho de noite
P'ra beber em todo o dia !
Se à minha porta faz lama,
À tua faz um lameiro ;
Não digas mal de ninguém ,
Sem olhares p'ra ti primeiro.
Debaixo da trovisqueira
Saiu a perdiz cantando;
Deixemos falar quem fala...
É mundo, vamos andando
Tu queres subir ao alto,
Ao alto queres subir ;
Mas quem ao mais alto sobe,
Ao mais baixo vem cair.
Uma saudade me mata,
Uma crença me sustém,
Uma esperança me diz:
Após tempo, tempo vem.
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