terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Não posso adiar o amor...

rosa chá  A noite flutua  e as rosas dormem mimosas  aos beijos da lua.  Humberto del Maestro:
                                                    Para António...

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

17 Out 1924 // 23 Set 2013
Poeta/Ensaísta


Considerado um dos melhores poetas portugueses contemporâneos, António Ramos Rosa, recebeu inúmeros prémios e já viu o seu nome apontado como candidato ao Prémio Nobel da Literatura.

A aventura das palavras que é a sua poesia não deixa indiferentes os que a lêem; o poeta figura em inúmeras antologias estrangeiras, nomeadamente na Europa e América-Latina.

Ler e partilhar a poesia de António Ramos Rosa é entrar numa viagem grátis pelo mundo perfeito da fantasia que é o da realidade





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