Para falar, é engraçada com um modo senhoril; para cantar, é suave com um certo sentimento que favorece a música: para pregar é substanciosa com uma gravidade que autoriza as razões e as sentenças; para escrever cartas, nem tem infinita cópia que dane nem brevidade estéril que a limite; para histórias, nem é tão florida que se derrame, nem tão seca que busque o favor das alheias.
Escreve-se da maneira que se lê, e assim se fala.
Tem de todas as línguas o melhor: a pronunciação latina, a origem da grega, a familiaridade da castelhana, a brandura da francesa, a elegância da italiana. Tem mais adágios e sentenças que todas as vulgares, em fé da sua antiguidade. E se à língua hebreia pela honestidade das palavras chamaram santa, certo que não sei eu outra que tanto fuja de palavras claras em matéria descomposta quanto a nossa.
E para que se diga tudo, só um mal tem, e é que pelo pouco que lhe querem seus naturais, a trazem mais remendada que capa de pedinte
Francisco Rodrigues Lobo
(sécs XVl- XVll)
Francisco Rodrigues Lobo (1575-1621) nasceu na zona de Leiria
Frequentou a Universidade de Coimbra onde se licenciou em Leis
É considerado um dos mais importantes discípulos de Camões
*
Floresça, fale, cante, oiça-se e viva
A portuguesa língua, e já, onde for,
Senhora, vá de si, soberba e altiva.
António Ferreira (século XVl)
Poemas Lusitanos
*
O mau Português principia a sê-lo, desde que mareia a pureza da sua língua
Camilo Castelo Branco (século XlX)
A queda de um anjo
Retirado do Livro de Leitura a «Terra e a Grei» 1956
para 1ª ano liceal
Sem sol tudo parece mais triste, aqui estou passando como sempre bem elaborado!
ResponderEliminarSempre tu, minha amiga... Começo a sentir saudades daquilo que já não HÁ.... De Gente como tu... God Bless You...!
ResponderEliminar