domingo, 12 de julho de 2020

Carl Spitzweg





Carl Spitzweg foi um pintor alemão, autodidata,nascido em 1808 na cidade de Unterpfaffenhofen. Carl, era o filho do meio de uma rica família de comerciantes, e conforme desejo do seu pai completou os seus estudos em farmácia na Universidade de Munique, área em que trabalhou até 1833. Nesse ano recebeu uma herança que lhe permitiu abandonar todas as suas preocupações financeiras e dedicar-se apenas à pintura.


As obras de Carl Spitzweg foram no seu tempo as mais cobiçadas pelos ladrões de arte e é conhecido também por ser o pintor de arte preferido de Adolf Hitler

Deste artista o que mais me apaixona na sua obra são as expressões que ele dá aos rostos dos seus personagens entre outras coisas.

Estamos a 3 de setembro de 1989, e está a acontecer uma exposição de arte no Palácio de Charlottenburg, o maior castelo de Berlim. No meio de muitos visitantes, um jovem rapaz empurra um homem numa cadeira de rodas. O homem na cadeira de rodas, no entanto, não possui nenhuma deficiência física: É um truque para esconder ferramentas na intenção de roubar dois famosos quadros do pintor Carl Spitzweg. Usando alicates para rebentar os fios de contenção das molduras, o jovem e o suposto deficiente disparam o alarme, e a guarda ainda tenta cercar os criminosos na ala onde estão os Spitzweg, mas os ladrões conseguem fugir misturando-se na multidão. Os quadros até hoje ainda não foram encontrados.
Der Sonntagsspaziergang by Carl Spitzweg (German 1808-1885):


Der arme Poet (O poeta pobre) é, sem dúvidas, sua obra mais famosa. O quadro mostra um homem,num sotão deitado numa cama. Pendurada num varal uma única toalha. Tem vestidas as suas roupas de dormir, apesar de ser dia. Um guarda-chuva foi amarrado no teto certamente para o proteger de uma goteira. A imagem do poeta miserável completa-se com a pena à boca e as mãos que contam as sílabas de seus versos. O poeta pobre foi uma das obras que foi roubada do Palácio de Charlottenburg em 1989 (com outro quadro, (A carta de amor), sendo esse o segundo roubo (o primeiro teria ocorrido em 1976). Estes dois quadros não foram os únicos a serem roubados. Na década de 30, 54 dos quadros de Spitzweg foram falsificados e vendidos como originais. Até 1992, 36 de seus quadros ainda apareciam na lista de obras desaparecidas da polícia alemã.

             
Para além das dimensões relativamente pequenas das obras de Spitzweg, existe um mais importante motivo por que o pintor é tão cobiçado pelos ladrões de arte: A sua popularidade. O poeta pobre, foi considerado simplesmente a segunda obra mais adorada pelo povo alemão, perdendo apenas para a Mona Lisa. O próprio Adolf Hitler, conhecido por seu amor pela arte e arquitetura, fazia parte desse grupo de admiradores.Próximos do líder do Partido Nazista dizem que a primeira peça de arte que comprou foi um Spitzweg, a qual, embora não se tenha documentado o título, sabe-se que figurava nas paredes do primeiro andar de seu apartamento na Prinzregentenstraße em 1929. Essa admiração durou, pelo menos, mais uma década: sabe-se também que a administração da cidade de Salzburg teria presenteado Hitler em abril de 1938 com o quadro de Spitzweg Sonntagsspaziergang (Passeio de domingo).


Carl Spitzweg morreu em 1885, considerado o maior dos pintores do movimento Biedermeier. (O período Biedermeier estende-se de 1815 (Congresso de Viena) a 1848 (Revoluções de 1848 nos Estados alemães). Em política, é associado à restauração alemã e ao desenvolvimento dos estados alemães após a era napoleônica.)




Ao longo de sua vida artística, que durou pouco mais de meio século, deixou aproximadamente 1.500 quadros diferentes. A sua imensa popularidade premiou o seu legado com roubos e falsificações; no entanto, a sua obra prevaleceu. As suas personagens continuam, até hoje, meditando sobre os mesmos interesses, pequenos e grandes, séculos após a sua criação, inabaladas.


E não é só isso: em 2012, um promotor de justiça descobriu em um apartamento em Munique mais de 1.300 obras de arte perdidas, de autores como Pablo Picasso, Auguste Rodin, Albrecht Dürer e Edvard Munch. Tocando Piano, um rascunho de Spitzweg, estava no meio delas.

130 anos após sua morte Carl Spitzweg, continua a oferecer-nos a sua atenção e a ser recordado, como um dos expoentes máximos da pintura alemã.

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