Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido Amor!
E para as tuas chagas o unguento
Com que sarei a minha própria dor.
Os meus gestos são ondas de Sorrento...
Trago no nome as letras de uma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...
Dou-te o que tenho, o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde
O sol que é de oiro, a onda que palpita.
Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa do conto : «Era uma vez...»
Florbela Espanca
terça-feira, 18 de julho de 2017
segunda-feira, 17 de julho de 2017
Mar sonoro
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem: Praia Homem do Leme - Foz do Douro
Porto
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem: Praia Homem do Leme - Foz do Douro
Porto
sábado, 15 de julho de 2017
Espero
Espero sempre por ti, o dia inteiro
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
o nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.
Sophia de Mello Breiner Andresen
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
o nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.
Sophia de Mello Breiner Andresen
sexta-feira, 14 de julho de 2017
As rosas
Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes
Todo o fulgor das tardes luminosas
O vento bailador das Primaveras
A doçura amarga dos poentes
E a exaltação de todas as esperas!
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes
Todo o fulgor das tardes luminosas
O vento bailador das Primaveras
A doçura amarga dos poentes
E a exaltação de todas as esperas!
domingo, 9 de julho de 2017
domingo, 2 de julho de 2017
Canção para uma valsa lenta
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amas, não digas, que morro,
de surpresa, de encanto e de medo
Minha vida não foi um romance.
Minha vida passou por passar
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar
Minha vida não foi um romance.
Pobre vida, passou sem enredo
Glória a ti que me enches de vida,
De surpresa, de encanto, de medo.
Minha vida não foi um romance.
Ai de mim... Já se ia acabar.
Pobre vida, que toda depende,
De um sorriso... de um gesto...um olhar...!
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