Ó ares da minha terra,
Vinde por aqui levar-me:
que os ares da terra alheia
nao fazem senão matar-me !
Trabalhai, dobrai o corpo,
se quereis ter algum bem;
olhai que nas eras de hoje,
quem não trabalha não tem.
Eu casei-me e cativei-me
"inda não me arrependi:
quanto mais vivo contigo,
menos posso estar sem ti.
Minha mãe é pobrezinha
nada tem para me dar:
dá-me beijos coitadinha,
e depois põe-se a chorar!
Minha mãe era uma santa,
por quem sempre chorarei,
porque amor igual ao dela,
nunca mais encontrarei.
Nem só de alegre se canta,
nem só de triste se chora;
de alegre tenho eu chorado
e de triste canto agora.
Cláudio Basto, (Flores de Portugal)
( o médico professor)
Cláudio Filipe Oliveira Basto, nasceu em Viana do Castelo em 1886 e faleceu em Carcavelos em 1945
Era formado em medicina ainda que paralelamente se tenha dedicado mais ao ensino em escolas secundárias e escolas profissionais e ao estudo dos costumes da língua e literatura portuguesa como professor e com funções de médico escolar
Escreveu e publicou vários livros entre os quais « Foi Eça de Queirós um plagiador? »