terça-feira, 7 de junho de 2016

Batuque



batuque:
Há um preceito que todo o indígena cumpre; a dança.
Batuque que lhe conste , a léguas de distãncia que e  se realize, longe que o fareje, ele aí vai, traje  de gala - plumas de avestruz, de algrete, de outras aves, cobrindo-lhe a cabeça ; uma pele de animal selvagem envolvendo-lhe o tronco; anilhas pelos braços ; amuletos ao peito: rabos de boi pendendo-lhe dos braços e das pernas.


E o batuque vem a propósito de tudo: casamento, nascimento, morte; a propósito de um facto notável; a qualquer pretexto, ou até o que é mais simples, a pretexto algum.
Mas o fim do batuque não é como pode parecer , dançar: é beber ! Por isso a dança vai terminando naturalmente,  por falta de gente, que  ébria, vai ficando a dormir...
Fica bem definida a atracção, que todo o indígena tem para a dança - o batuque - , afirmando o que os europeus sintetizam nesta frase : -
« É preciso que um homem ou uma mulher, de qualquer idade  que seja se ache impossibilidade de se mover, para resistir ao apelo do batuque».



Ainda que em alguns casos a música do batuque seja harmónica, na maioria das vezes, não o é. Pelo contrário, simples ruídos, constantemente repetidos horas e dias, marcam o compasso da dança. A letra é quase sempre sem significado, ou pouco a propósito.


Que ninguém julgue que o indigena de outras nações coloniais é mais civilizado que o da África Oriental Portuguesa ! Meio e natureza iguais produzem individuos iguais.
Apenas o trabalho dos Missionários, desprendidos do mundo, têm conseguido fazer do indígena esta coisa dificil - um homem.


M.C. - África misteriosa -  Moçambique 1952


        (retirado do meu livro de leitura do 1º. ano do ensino  liceal  1952

segunda-feira, 6 de junho de 2016

... era uma vez um Santo António





Ao deparar-me  com tão insólito achado, primeiro pensei no lírios do campo,do Érico Veríssimo. Se calhar deu-lhe para os " olhar" ao aproximar-se o dia dele.
Depois pensei nos "insondáveis caminhos do Senhor"...e que aquele encontro poderia ser até premonitório,  para mim.. Cruzes e fiz figas  com os dedos.. (mal não faz e acalma pensamentos negativos...  
Depois. ficou a interrogação... Que andaria este pobre de Cristo a fazer no meio dos lírios do campo, e com o menino ao colo??
...
Outras gentes outros  costumes. Cestos com  fruta, garrafas de espumante invariavelmente vazias, velas, pão, e até frangos mortos e colocados numa espécie de ritual...Já encontrei de tudo  Hoje encontrei um  Santo Antoninho e  mais à frente encontrei bugigangas femininas colares de contas , chávenas com conteúdos estranhos e já ressequidos sacos com ervas esquisitas e sei lá que mais.

Que mais nos irá acontecer?
 Pago para ver!!!

domingo, 29 de maio de 2016

«I know not what tomorrow will bring »


A última frase escrita de Fernando Pessoa


Morreu no dia seguinte a 30 de Novembro de 1935 com 46 anos vítima de cirrose hepática provocada pelo excesso de álcool ao longo  vida. Nos últimos momentos de vida pede os óculos e clama pelos seus heterônimos.
De seguida escreve  no idioma no qual foi educado, o inglês: “I know not what tomorrow will bring” (“Eu não sei o que o amanhã trará)



Não importa se a estação do ano muda...
Se o século vira, se o milénio é outro.
Se a idade aumenta...
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela.


  ♥*¨*•. Fernando Pessoa *¨*•.¸¸♥

Gabriele Munter - expressionismo



Pintora e fotógrafa, e uma das poucas figuras femininas ligadas ao desenvolvimento do expressionismo alemão. Munter Landschaft with haystacks:
Estudante, colaboradora e namorada de Wassily Kandinsky , durante os anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial. participou ativamente de vários movimentos de arte de Munique e Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul).
Gabriele Münter, „Haus in Murnau“ um 1908:
 

1898-1900 Passa dois anos nos Estados Unidos acompanhada pela  a irmã.



1902 Frequenta as aulas de pintura de Kandinsky na escola do grupa Phalanx (Phalanx uma associação de artistas formada em Munique no período de 1901 a 1904, que se opunha ao conservadorismo que predominava na arte no início do Século XX. ) Os artistas Wassily Kandinsky, Rolf Niczky, Waldemar Hecker e Wilhelm Hüsgen foram os fundadores do grupo.
Sunset over Staffelsee Gabrielle Münter - circa 1908:



1903 - fica noiva de Kandinsky que ainda é casado.


 1904 - 1906 Empreende viagens à Itália, França , Suiça, Holanda. e Tunísia juntamente com Kandinsky , com quem viaja também várias vezes à Russia.


 1908 - Primeira estada em Murnau e um ano depois compra lá uma casa.



Gabriele Munter:



Em 1914 quando a guerra eclode viaja com Kandinsky para a Suiça.
Kandinsky continua a viagem em direcção à Rússia enquanto que Munter regressa a Murnau .


 Em 1915 encontrou-se com Kandinsky, em Estocolmo . e em 1916 Kandinsky resolve acabar a relação com ela e separam-se definitivamente.


 Em 1917 muda-se para Copenhaga e devido à separação de Kandinsky, não consegue realizar nenhum trabalho artistico durante anos.



Gabriele Münter, Red poinsettia:


Em 1920 regressa a Murnau e em 1927 recomeça a pintar e faz uma viajem até Paris.


E em 1945 tendo em seu poder um vasto número de obras próprias e de Kandinsky ofereçe-as à Stãdtische- Galerie in Lenbachhaus de Munique.Gabriele Münter 'Road in a Multicolored October', 1959, Milwaukee Museum of Art, Milwaukee, Wisconsin:

Morre em Murnau am Staffelsee, Alemanha, em Maio de 1962




sábado, 28 de maio de 2016

Afonso Henriques

Eduardo Malta. D. Afonso Henriques. Lisboa. Câmara Municipal de Guimaraes. 1940:
Em 1125, tendo apenas catorze anos e estando em Samora, armou-se cavaleiro na catedral . Por suas próprias mãos, segundo o costume dos reis, vestiu a loriga  (cota de malha) e apertou o cinto militar

Era segundo o testemunho de um contemporâneo, de gentil presença, eloquente cauteloso e de claro engenho, grande de corpo e destro nas armas.


Aos desassete anos à frente dos barões portugueses, que, segundo as tradições da raça, não viam com bons olhos a preponderância dos fidalgos galegos no governo de Portugal entrou em franca revolta contra a sua mãe, e derrotou-a na batalha de S. Mamede.


Aproveitando-se das lutas em que o rei de Portugal  andava envolvido Afonso VII entrou na Galiza e ocupou algumas terras sem encontrar resistência.


Auxiliado pelo esforço e constância dos seus súbditos, nunca descansou. Bateu-se vitoriosamente quase sempre contra Afonso VII que dominava toda a Espanã cristã, França e aquém do Ródano!


Infeliz em algumas entradas na Galiza, derrotou contudo um exército na batalha de Cerneja, mas teve de assinar a paz de Tui para acudir às fronteiras do sul invadidas pelos Muçulmanos, que cercaram e destruiram o castelo de Leiria, recentemente edificado.


A tomada de Leiria e a morte dos seus defensores foi vingada.: D. Afonso Henriques , refazendo o seu exército segue para o sul; invade o território ocupado pelos Muçulmanos,  e vai derrotá-los na memorável batalha de Ourique.


O campo de batalha  ficou alastrado de mortos, entre os quais, se achavam os cadáveres de mulheres muçulmanas que tinham vindo combater.


A vitória teve consequências importantes: Os sarracenos convenceram-se que não ficariam impunes as  *algaras no território ocupado pelos Cristãos.  (algaras é uma palavra de origem árabe que significa ataque de surpresa)


Pouco depois, o recontro de  Arcos de Valdevez acabou por convencer o Rei de Leão da impossibilidade de conservar unido ao império um país que reunia todas as condições para constituir uma nacionalidade distinta. E D. Afonso Henriques que se habituara a lutar sózinho contra Muçulmanos, que não acudia como vassalo  do rei de Leão nas guerras sustentadas contra os Muçulmanos , que não frquentava as assembleias políticas de  Afonso VII  nem lhe pagava tributos, vê-se por fim reconhecido oficialmente como Rei pelo tratado de Samora em 1143.
Ao mesmo tempo parece abandonar a velha ideia de estender os seus estados para o norte e nascente.
Toda a sua actividade de conquistador se volta então para o Sul.


Em Março de 1147 tomou Santarém, por surpresa; em Outubro do mesmo ano, apoderou-se de Lisboa. A conquista de Lisboa trouxe-lhe a rendição de Sintra, Almada e Palmela. Em 1185 consegiu entrar em Alcácer do Sal; em 1162 juntou-se Beja ao território português; em 1165 coube a vez a Évora, que Giraldo Sem- Pavor conquistou como outras terras no Alentejo.
No fim do seu reinado ainda teve de sustentar lutas com os sarracenos . Numa das invasões, chegaram estes até Santarém, que cercaram. O cerco foi levantado pela valentia do príncipe herdeiro, D. Sancho e pela intervenção de D. Fernando II Aí foi ferido mortalmente o imperador de Marrocos


Poucos anos depois, D. Sancho numa entrada audaciosa, vai até Sevilha, recolhendo a Portugal com grandes despojos.


Na organização das forças do Reino, na valentia perante os inimigos, na defesa e alargamento do território, no impulso dado às povoações, revelou-se D. Afonso Henriques, um Homem excepcional .


Faleceu em Coimbra em 1185.


A conselha-nos   Alexandre Herculano   que ao passarmos pelo portal da  Igreja de Santa Cruz onde se conservam as cinzas do primeiro Rei de Portugal, entremos lá dentro para as saudar .


E com justiça porque esse homem, encarnou admirávelmente as qualidades da Nação Portuguesa, guiando-nos para a independência e preparando a constituição definitiva do território português


Adaptação do texto, Dr. A. C. Pires de Lima - 1952


Retrato de D. Afonso Henriques de :
 Eduardo Malta .
 Câmara Municipal de Guimaraes. 1940


        (retirado do meu livro de leitura do 1º. ano do ensino  liceal  1952





Era uma vez...três cães a ladrar...




Era uma vêz três cães a ladrar.
Um era enorme e vivia dentro de uma mansão com um enorme jardim.rodeado de espaço e de àrvores e flores..e ladrava ladrava ladrava e até assustava quem passava.



O segundo pobre cãozito era de porte médio e vivia dentro de uma varandinha de um segundo andar e ladrava ladrava ladrava a quem passava...



E o terceiro coitadito era o mais pequenito, vivia numa linda vivenda e tinha como espaço um passeio cimentado e ladrava ladrava ladrava à minha passagem e a quem passava.

DESCONFIO que todos eles invejavam as minhas cadelas, que passeavam....!!!

                                           
Moral da história: Os cães tal como as pessoas, são dificeis de contentar . Nunca estão satisfeitos com a vida que têm ...!
☹ ☺ ㋡

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O cedro do Líbano




Visita obrigatória diária, é lá que encontro um certo bem estar, talvez pela dimensão da árvore Tem mais de quarenta metros de altura e se calhar outros tantos de idade .  Inspira segurança.
 Os seus ramos caídos em gesto de amplexo são um convite ao abraço.

 Os frutos parecem rosas de cor castanho. Rosinhas de madeira, que quando se desprendem da árvore se  atinge alguém, podem magoar.


 De  tão longínquas paragens o Cedrus Libani, escolheu precisamente Paranhos e por conseguinte o Porto!
UMA GRANDE HONRA SEM SOMBRA DE DÚVIDA!! QUE CONTES MUITOS AINDA CONNOSCO QUE EU E MAIS UNS MALUCOS
APAIXONADOS POR TI E PELA NATUREZA CÁ ESTAREMOS PARA TE PROTEGER E ASSEGURAR A TUA PRESERVAÇÃO
.




O Cedrus Libani é nativo do Lebanom as montanhas Taurus na Síria e Turquia centro-meridional.

O cedro do Líbano não é só uma árvore, é o símbolo do Líbano. e o emblema da bandeira libanesa por simbolizar força e imortalidade.



 Segundo a Bíblia, o Rei Salomão construiu o seu famoso Templo com a madeira dos cedros libaneses. A madeira, um pouco perfumada, era utilizada também pelos faraós do Egito para mumificar os mortos. Hoje ainda se encontram no Líbano muitas florestas de Cedro. Em Bcharri, floresta relíquia, a uma altitude de 1900 metros há mais de 300 árvores, sendo que duas delas têm cerca de 3 mil anos de idade, e umas  dez possuem mais de mil anos.



*¨*•.¸¸♥  


“Os Cedros são monumentos naturais mais célebres do universo. A religião, a poesia e a história igualmente os consagraram. São seres divinos sob forma de árvores”

. Lamartine, poeta francês, século XIX.

Poemas inconjuros

  A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...