domingo, 24 de janeiro de 2016

O sapo fanfarrão



The Frog:
Os sapos são diligentes amigos do lavrador
Passam as noites contentes em constante labor,
a limpar as searas de todo o bicho daninho.
Têm qualidades raras, que merecem o carinho
dos homens tão imperfeitos.
Mas têm também  os seus defeitos,
como qualquer mortal.


Um tal conheci eu, que era  muito fanfarrão.
Porem aconteceu ser castigado e muito bem,
porque os defeitos não ficam bem a ninguém..

Um dia quando ia em companhia doutro sapo seu compadre,
adregou de se afastar um pouco do companheiro,
num lameiro, onde um boi ia pastar.
O pobre louco em tão má hora o fêz
que foi cair sem sentir, sob a pata da rês.

O boi tão mansinho, coitadinho, nem deu por tal;
isto é, nem mesmo viu ao pôr o pé, que pisava aquele bicho tão feio.


Como pastava a bom pastar, nem sequer pensava em se afastar
do lugar, em que se encontrava.



O sapo metia dó, coitado!


Amachucado sem se poder mexer e só, sem ver o compadre,
que ia ser dele?


Aquele, em verdade  sentiu a falta do camarada, e vá de gritar
em voz alta;
- Compadre amigo, onde está você?
Não vê que é longa a caminhada?

Venha daí, venha comigo, não vê o perigo de ficar aí sozinho?

O outro, via, via, mas que fazer?
Que remédio, havia de ficar ali muito quieto,
até o boi querer?

Dar a saber ao amigo a causa da sua ausência? Isso é que não!
Santa Paciência...
Antes morrer! -

Fêz-se forte, valentão;
e, mesmo à beira da morte a custo respondeu:
- Compadre amigo, siga o seu caminho,
Custa-me não ir consigo, deixá-lo sózinho;
mas eu
(não veja nisto bravata)
não o posso acompanhar porque tenho de ficar
aqui a segurar, este boi por uma pata...


ABEL SANTOS (?) 1950

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Um preguiçoso e o bicho da da seda


- « Feliz a borboleta! Livremente voa
para onde quer, onde lhe apraz»
- dizia lamentando-se um rapaz,
na escola negligente.
«estudar, estudar o dia inteiro,
não pode haver, mais duro, cativeiro.!
Bicho da seda, poderás dizer-me,
se, alegre, essa prisão, vais fabricando?»

- «Faço-o até com prazer» respondeu o verme - ,
pois cá de dentro, sairei voando!»


António de Azevedo Castelo Branco
Lira Meridional (Século XIX)


António de Azevedo Castelo Branco (1843-1916) Foi um advogado, jurista, escritor, poeta e político português

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Meia Fábula


Disse um tigre mosqueado
A um pobre cordeirinho:
— «Tu andas muito arriscado
«Por estes vales sozinho.
«Queres ser meu aliado?.


— «Mas dize-me: esse focinho
«Parece-me ensanguentado!»
— «É sangue de um desvairado
«Que se julgava adivinho,
«Que se julgava inspirado.»
— «E devoraste-o? Coitado?!»


O pobre cordeirinho
foi andando de mansinho.
Foi andando disfarçado
E dizendo horrorizado:


— «Com semelhante malvado
«Meu pobre velo nevado
«Meu pobre velo de arminho!»

E não quis ser aliado.


João de Deus
(Século XIX)





quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O leão moribundo





Achou-se um dia, o rei dos animais por doença ou velhice moribundo.
e, (há casos neste mundo, incríveis, mas reais)
Quem dantes mais solícito o servia, é que, às portas da morte  o injuria!


Veio o cavalo, e deu-lhe uma patada!
Veio o lobo, ferrou-lhe uma dentada!
Veio o boi, arrumou-lhe uma marrada!
Ele, contudo, manso como um lago,
apenas lhes lançou um olhar vago...


Mas quando ouviu um zurro, e, olhando então deveras,
viu, aos pinotes vir correndo o burro...
ah, pressentindo a injúria, com mais horror que fúria
o forte doutras eras, rei dos bosques e feras,
em suma, o grande, o generoso, o forte,
arranca das entranhas um gemido, um rugido, um uivo, um urro,
que retumbou por vales e montanhas:


- »Antes a morte!»


A morte, a morte !


João de Deus (século XIX)

Ciprestes



-Árvore da família das Pináceassta esta  árvore simboliza a união  entre o céu e a terra. É desde sempre considerada uma árvore simbólica religiosa e também apelidada a Arvore da Vida pela longa vida e perene verdura.
-Árvore da família das Pináceas Ciprestes:
O que se diz sobre ela:

Acredita-se que a cruz de Jesus tenha sido feita de cipreste. Os chineses acham que as nozes fazem bem ao fígado. É associada a funerais e, por extensão, a dor. A madeira repele os parasitas e por isso é boa para obras de arte e mobílias



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Salgueiro



A simplicidade é o último degrau da sabedoria.  A simplicidade é o último degrau da sabedoria.  Khalil Gibran:
Salgueiro, chorão, sinceiro, vime, vimeiro e salso são os nomes comuns das plantas do género Salix, na família Salicaceae. É um género com perto de 400 espécies distribuídas em climas temperados e frios.
✿❤❀ Salgueiros  Salgueiro, chorão, sinceiro, vime, vimeiro e salso são os nomes comuns das plantas do género Salix, na família Salicaceae. É um género com perto de 400 espécies distribuídas em climas temperados e frios. Terão aparecido apenas na Era terciária. Inclui plantas de porte muito diverso desde arbustos e pequenas plantas rastejantes, até árvores de porte considerável, geralmente em solos úmidos. Nos parques e jardins, é muito comum o salgueiro-chorão (Salix x chrysocoma, Dode), árv...:


Terão aparecido apenas na Era terciária. Inclui plantas de porte muito diverso desde arbustos e pequenas plantas rastejantes, até árvores de porte considerável, geralmente em solos úmidos. Nos parques e jardins, é muito comum o salgueiro-chorão (Salix x chrysocoma, Dode), árvore de ramos longos e pendentes que é um híbrido de salgueiro-branco (Salix alba, L.), muito comum na Europa, com uma espécie oriental (Salix babylonica, L.).
.:

 Em Portugal, além do salgueiro-branco, existem outras espécies de salgueiro nativas como o salgueiro-negro (Salix atrocinerea, Brot.).


salgueiro:


De  Paranhos e Quinta do Covelo -Porto


Canna amabilis

 :
Origem América do Sul
Muito popular em África e Europa
É uma planta perene e é resistente ao frio  e  geada .  Nas latitudes norte  floresce de agosto a outubro, e as sementes amadurecem em outubro.  As flores são hermafroditas

Poemas inconjuros

  A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...