sexta-feira, 24 de junho de 2016

Ganvié .- A Veneza africana

Ganvié ao amanhecer

Há mais de duzentos anos, um povo pacífico, chegou ao lago Nokoué, (Benim) fugindo das tropas hostis do norte. As terras do interior do Daomé não produziam alimento suficiente para manter todos os povoados, e os clãns guerreiros expulsaram os mais fracos. Na sua fuga os Tofinu, o povo errante chegou às margens do grande lago. No interior esperáva-os o desconhecido, mas também, os aguardava a paz.



A religião dos reinos do Daomé, proíbia os seus guerreiros de entrar na água, e a  perseguição, tinha acabado e a lenda do povo que aprendeu a viver sobre as águas, e veio engrossar a lista de maravilhas do actual Benim. O resultado desse êxodo é agora um próspero povoado flutuante com dois séculos de existência a que deram o nome de Ganvié.


Conhecido como Veneza africana, Ganvié, é um centro de comércio e turismo que atrai gente de todo o mundo. A sua fama cresceu juntamente com a povoação e agora vivem sobre palafitas de bambú, ( tipo de habitação construída sobre troncos ou pilares) mais de doze mil pessoas.




Os habitantes de Ganvié, fazem a sua vida  sobre as suas estilizadas canoas que lhes servem de transporte, lugar de reuniões e ainda como local de trabalho .


Todos os dias à mesma hora, as mulheres do povoado reúnem as suas embarcações, num canal. Nela transportam as mercadorias os produtos que porão à venda no mercado flutuante.

Ninguém parece ter saudades de terra firme As suas canoas são o seu chão, a união entre a água salvadora e o mundo da superfície.
Por entre as bancas  flutuantes de frutas e verduras é frequente ver passar canoas um pouco maiores carregadas de ramos tenros. Esses mesmos ramos encontram-se em diferentes pontos, sobressaindo na água, como se fossem pequenos bosques inundados. Na realidade são o produto de uma das mais originais formas de pesca de todo o continente.
A pesca começa quando os homens da povoaçao cortam ramos ns imediações do lago.
Depois transportam-nos até ao local escolhido, e espetam-nos no solo lodoso.
Pouco a pouco vão formando um pequeno bosque. um labirinto de ramos.

 Com o passar do tempo as folhas vão apodrecendo, e atraem os peixes que se aproximam para as comer e para se esconderem dos seus predadores. Depois de vários pequenos bosques terem sido plantados, os homens regressam ao primeiro onde os peixes já tiveram tempo de se esconder. Sacam então de umas redes grandes e cercam o bosque artificial formando um circulo. O ardil está montado. Sabendo que os peixes já não podem escapar, os pescadores entram no recinto e começam a arrancar oa paus, e começa a recolha.

A pesca é uma actividade muito importante no Ganvié e todos os membros da povoação vivem quase exclusivamente dela. De regreso à povoação acompanhando os pescadores, grupos de crianças saem à rua, felizes e alvoraçadas.
São imagens de vida em  pleno de um  pequeno território  a que deram e muito bem o nome de Veneza Africana



2 comentários:

  1. Excelente publicação e muito elucidativa!!!
    Curiosamente, gosto muito de "aqui" entrar em momentos calmos e com "tempo"...
    Feliz domingo, amiga!

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    1. Mas isso é um grande elogio...Curiosamente também gosto de "aqui" estar pelos mesmos motivos!"Bom domingo para ti minha amiguinha

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