terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O cágado e a gazela





Foi um cágado ter com uma gazela, para apostar a ver quem corria mais.
A gazela espantada, disse que estava pronta para fazer a aposta, e combinaram o dia da corrida, que foi marcada para daí a quinze dias, e combinado o sítio em que se haviam de encontrar.
O cágado foi para a sua casa, e chamou todos os cágados; irmãos e patrícios: contou a aposta que tinha feito com a gazela e combinou com os cágados ficarem à distância de um kilómetro  pela estrada fora, uns dos outros. Assim foi. Chegou o dia aprazado, e o cágado foi ter com a gazela, para a avisar, que era aquele o dia da corrida e combinaram  o sítio em que deviam parar.
Começaram a correr.
A gazela, no fim de um kilómetro, chamou pelo amigo cágado e perguntou-lhe.
- Então, vens ou não vens?
O que estava parado naquela altura respondeu :
- Vamos embora que eu já aqui vou.
E assim em todos os kilómetros, a gazela quando perguntava pelo seu amigo, recebia a mesma resposta..
A gazela por fim, já não podia mais e disse para o cágado:
- Já não posso correr mais: tenho de considerar a você como um homem de respeito.
E foi assim que o espertalhão do cágado ganhou.


PEDRO A. DE SOUSA E SILVA (Literatura africana de J. Osório de Oliveira)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Poemas inconjuros

  A espantosa realidade das coisas É a minha descoberta de todos os dias Cada coisa é o que é . E é difícil explicar a alguém quanto isso me...