Quantas mágoa, quantas dores
Tendes vós aliviado,
Ó Mãe do Crucificado,
Refúgio dos pecadores!
Quem ouve os nossos clamores,
Quem acode a nossos gritos,
Senão vós, olhos benditos
Senhora da piedade !
Vós, chamada com verdade
Consolação dos aflitos!
sexta-feira, 12 de maio de 2017
domingo, 7 de maio de 2017
Minha Mãe
Quando a minha alma estende o olhar ansioso
Por esse mundo a que inda não pertenço.
Das vagas ondas desse mar imenso
Destaca-se-me um vulto mais formoso:
É minha santa mãe! berço mimoso
Donde na minha infância, andei suspenso :
É minha santa mãe, que vejo e penso;
Verei sempre, se Deus é piedoso.
Como línguas de fogo que se atraem,
Avidamente os braços despedimos
Um para o outro, mas os braços caem...
Porque é então, que olhamos e medimos
A imensa distância donde saem
Os ais da saudade que sentimos !
João de Deus
(Campo de Flores)
Por esse mundo a que inda não pertenço.
Das vagas ondas desse mar imenso
Destaca-se-me um vulto mais formoso:
É minha santa mãe! berço mimoso
Donde na minha infância, andei suspenso :
É minha santa mãe, que vejo e penso;
Verei sempre, se Deus é piedoso.
Como línguas de fogo que se atraem,
Avidamente os braços despedimos
Um para o outro, mas os braços caem...
Porque é então, que olhamos e medimos
A imensa distância donde saem
Os ais da saudade que sentimos !
João de Deus
(Campo de Flores)
quinta-feira, 4 de maio de 2017
O Rosário
O Santo Rosário é uma prática religiosa de devoção mariana muito difundida entre os católicos romanos, que o rezam tanto pública quanto individualmente
Um rosário pode ser usado como guia oportuno para o número de vezes que uma acção ritual ou oração pode ou (deve) ser repetida, e no catolicismo quase que só tem essa função. Os rosários orientais, contudo, têm muitas vezes contas de formas e cores diferentes, cada uma delas com significados simbólicos próprios.
No seu livro O Cordão Sagrado das Meditações a escritora (a) Dolores Ashcroft-Nowicki, descreve um sistema de preces que se acredita remontar ao continente desaparecido da Atlântida.
Embora tenha sido educada na religião católica (mas não sendo praticante) nunca soube rezar o Terço, assim se diz em Portugal, mas sempre admirei a facilidade com que as pessoas na sua fé, contam, conta a conta, as contas do rosário...!
(a) Dolores Ashcroft-Nowicki é uma escritora esotérica, ocultista e cabalista britânica e ocupa o cargo de Diretora de Estudos da escola de ocultismo Servos da Luz.
Embora geralmente associado aos cristãos ocidentais e especificamente à prática católica romana, o colar de contas conhecido por rosário é encontrado em várias religiões, onde é usado como auxiliar para a meditação e a oração .
Um rosário pode ser usado como guia oportuno para o número de vezes que uma acção ritual ou oração pode ou (deve) ser repetida, e no catolicismo quase que só tem essa função. Os rosários orientais, contudo, têm muitas vezes contas de formas e cores diferentes, cada uma delas com significados simbólicos próprios.
No seu livro O Cordão Sagrado das Meditações a escritora (a) Dolores Ashcroft-Nowicki, descreve um sistema de preces que se acredita remontar ao continente desaparecido da Atlântida.
Embora tenha sido educada na religião católica (mas não sendo praticante) nunca soube rezar o Terço, assim se diz em Portugal, mas sempre admirei a facilidade com que as pessoas na sua fé, contam, conta a conta, as contas do rosário...!
(a) Dolores Ashcroft-Nowicki é uma escritora esotérica, ocultista e cabalista britânica e ocupa o cargo de Diretora de Estudos da escola de ocultismo Servos da Luz.
domingo, 23 de abril de 2017
Sempre
Nunca no teu olhar o meu repoisa
Nunca te posso ver, e todavia
Eu não vejo outra coisa!
João de Deus
«Campo de Flores»
Imagem: Jardins da Ordem dos Médicos - Arca d'Agua - Porto
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Dona Inês de Castro
Dos ricos paços de Coimbra
Nobre infante se partia,
Com seus pajens e criados
Para real montaria;
Vai em ginete formoso,
Que encantava quem o via;
Leva seu açor em punho
Falcoeiro a quem cumpria.
Da mui bela Dona Inês
Com amor se despedia
Mal sabia seu esposo
Que nunca mais a veria!
Embuçado no seu manto
O belo rosto cobria
Para não verem o pranto
Que dos seus olhos corria.
No seu ginete alazão,
Ó que saudoso que ia!
- Onde vais, senhor infante?
Mal haja tal montaria !
Mau fado senhor Dom Pedro
Te traz essa romaria;
Volta depressa a teus paços
Que matam tua alegria.
Mas em vão! Que seu fadário
Destinado assim o havia!
Ficou sozinha a esposa
Tão exposta a tirania.
A sua voz maviosa
Toda a noite se ouvia,
Cantando suas saudades
Com mui triste melodia.
No bandolim abraçada
Ó que tão doce tangia !
Seu cantar mui lastimoso
Neste sentido dizia:
« meu Infante meu senhor,
Que me deste a régia mão,
Escuta, de onde estás,
Da tua Inês a canção.
Já não podem meus suspiros
Chegar ao teu coração;
Repitam montes e vales
Da tua Inês a canção.
Os meus olhos tão quebrados
Sangue choram, que al não!
Sabem de cor estes vales,
Da tua Inês a canção.
Teófilo Braga (sécs XlX -XX)
Romanceiro Geral Português
Nobre infante se partia,
Com seus pajens e criados
Para real montaria;
Vai em ginete formoso,
Que encantava quem o via;
Leva seu açor em punho
Falcoeiro a quem cumpria.
Da mui bela Dona Inês
Com amor se despedia
Mal sabia seu esposo
Que nunca mais a veria!
Embuçado no seu manto
O belo rosto cobria
Para não verem o pranto
Que dos seus olhos corria.
No seu ginete alazão,
Ó que saudoso que ia!
- Onde vais, senhor infante?
Mal haja tal montaria !
Mau fado senhor Dom Pedro
Te traz essa romaria;
Volta depressa a teus paços
Que matam tua alegria.
Mas em vão! Que seu fadário
Destinado assim o havia!
Ficou sozinha a esposa
Tão exposta a tirania.
A sua voz maviosa
Toda a noite se ouvia,
Cantando suas saudades
Com mui triste melodia.
No bandolim abraçada
Ó que tão doce tangia !
Seu cantar mui lastimoso
Neste sentido dizia:
« meu Infante meu senhor,
Que me deste a régia mão,
Escuta, de onde estás,
Da tua Inês a canção.
Já não podem meus suspiros
Chegar ao teu coração;
Repitam montes e vales
Da tua Inês a canção.
Os meus olhos tão quebrados
Sangue choram, que al não!
Sabem de cor estes vales,
Da tua Inês a canção.
Teófilo Braga (sécs XlX -XX)
Romanceiro Geral Português
terça-feira, 18 de abril de 2017
♥ Mário Quintana
Todos tem, seu encanto,
os santos e os corruptos.
Não há coisa na vida, inteiramente má.
Tu dizes que a verdade, produz frutos...
Já viste as flores, que a mentira dá...?
Mário Quintana
Homens como Mário Quintana ou já morreram todos , ou estão perto disso.. O mundo começa a ficar um enorme vazio existencial....
domingo, 16 de abril de 2017
O Rei Pescador e o Graal
Embora o Santo Graal esteja
identificado como a taça usada por Jesus Cristo na Última Ceia há indicações claras que os mitos e lendas que rodeiam o vaso místico são
substancialmente mais antigas que o
advento do próprio Cristo.
Basicamente a lenda do Graal
fala-nos de um cavaleiro que viaja por uma região deserta até que encontra um
castelo magnífico mas sinistro. Ao entrar no edifício depara com o seu
proprietário o misterioso Rex Piscator ou o « Rei Pescador», um monarca aleijado e ferido que o convida para um
sumptuoso banquete.
O cavaleiro aceita e durante
o festim vê serem trazidos em procissão uma espada mágica, uma lança manchada
de sangue e, finalmente o Graal.
O cavaleiro é então desafiado
a fazer uma pergunta. Se fizer a pergunta certa, o Rei Pescador fica
curado e a fertilidade é restituída à
terra deserta . Caso contrário continuam as calamidades.
Várias formas desta
história estão incorporadas no ciclo de
mitos da lenda arturiana e são relatadas pelos mais antigos e (mesmo alguns
modernos) historiadores que acreditam que o Santo Graal foi levado da Palestina
para a Inglaterra por José de Arimateia
e escondido em Glastonbury, ou
nas proximidades.
Mas existe uma oposição nisto
que é o Graal do Rei Pescador nem sempre ser descrito como uma taça .
A análise moderna da história
sugere laços não com a Última Ceia mas
com a mitologia celta pré-cristã que nos fala de muitos acontecimentos
semelhantes e de vasos também similares alguns dos quais conferiam imortalidade
ou ressuscitavam os mortos.
O Rei Pescador é equacionado
não com Cristo (que disse aos discípulos que os ia transformar em “ pescadores
de homens”) mas com Bran o «Abençoado » que aparece no Mabinogion. (**)
Os eruditos acreditam que o
mito reflete a crença muito antiga de que a fertilidade de uma terra depende da
força do comportamento e em particular da poteência sexual do seu senhor Várias versões da lenda indicam que os
ferimentos do Rei Pescador eram nos órgãos genitais.
Seja qual for a origem da
lenda , há poucas dúvidas de que a importãncia real do Santo Graal é o seu
poder mítico, o que quer dizer a sua capacidade de fascinar a mente humana, e
como um caminho do trabalho destinado a levar à iluminação.
(*)Bran, o Abençoado (Bran The Blessed).
Bran é um dos sobreviventes de um grande combate entre ingleses e irlandeses no qual os nativos de Eire usam soldados mortos que, depois de jogados em um caldeirão mágico, se transformavam em guerreiros mortos-vivos. Bran é morto, porém a sua cabeça cortada continua viva, falando e banqueteando-se com os companheiros em uma bandeja de prata.
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