A tua, meu Amor,
É bem mais simples ainda:
"Era uma vez uma flor.
Nasceu à beira de um Poeta..."
Vês como é simples e linda?
(O resto conto depois;
Mas tão a sós, tão de manso,
Que só escutemos os dois.
╰⊰✿•*¨✿•*⊱╮
Sebastião da Gama (Vila Nova de Azeitão, Setúbal, 10/4/1924 - Lisboa, 7/2/1952)
Poeta e professor de Português, colaborador das Revistas: Árvore e Távola Redonda, fundador da Liga para a Protecção da Natureza (1948), licenciado em Filologia Românica.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
domingo, 17 de abril de 2016
Costumes Cuanhamas
Os cuanhamas, porque se dedicam à agricultura e á criação de gado, têm de dividir o trabalho.
O trabalho do campo, excepto o arroteamento e a vedação, pertence ás mulheres, que estão encarregadas também das ocupações domésticas.
Por outro lado, tudo o que se refere ao gado é ocupação dos homens. É claro que esta divisão, de tarefas não exclui que o homem não ajude casualmente a mulher na monda do mantimento, nem que a mulher se junte aos homens para no campo seco dessedentar todo o gado tirando a água muitas vezes de poços fundos com meios primitivos.
Uma ocupação ocasional, reune igualmente homens e mulheres; a pesca que se pratica todos os anos com grande êxito pelos indígenas, que habitam as margens do Cuvelai, quando as águas nas lagoas baixam suficientemente.
Mais ao sul, ela só é possível nos anos de grandes cheias. Os homens servem-se de uma espécie de arpão, fixado a uma aste de madeira. As mulheres utilizam cestos especiais.
Todas s mulheres conhecem a arte de fabricar cestos. O material de que se servem é a folha fibrosa de palmeira- leque, que é bastante resistente.
Nenhum homem pode também ignorar a maneira como se fazem os cestos grandes, que servem para celeiros. O material é fornecido pela copaífera que dá as vergas, tirando-se as correias da casca. Depois de pronto, o cesto, leva uma ligeira camada de barro no interior, o que é outra vez trabalho de mulheres.
Como todos os povos, os Cuanhamas conhecem a separação do trabalho por profissões, umas exclusivamente de homens outras de mulheres.
Que a caça e o trabalho dos metais, não surpreende ninguém, mas espanta que eles exerçam também o ofício de «modistas». De facto, assim é.
A peça principal do vestuário feminino, é preparada, cortada e provada por homens especializados .
De todos os ofícios o de ferreiro é o mais considerado, envolvendo os que o praticam de um certo nimbo sobrenatural. Segundo a crença destes povos, a arte de transformar umas «pedras» em ferro, não se obtém apenas pelas forças naturais, sendo preciso uma intervenção sobrenatural. Por isso o acto mais importante antes da fundição, é a chamada «cura das pedras» que consiste na invocação dos espíritos dos antepassados e na oferta de diversos pequenos sacrificios.
Apesar desta superstição os ferreiros cuanhamas, são hábeis e célebres sabendo muito bem, temperar o metal
.
O minério encontra-se em certos sítios da floresta, ao norte da terra habitada. É de fácil extracção encontrando-se muitas vezes à flor do solo. Para fazer provisão do ferro, os ferreiros de todas as tribos, deslocavam-se antigamente no tempo seco de Agosto até Novembro, para a região das minas, levando as familias e o gado.
Hoje em dia, a exploração das minas encontra-se bastante decaída. Felizmente, porém ainda há uns pequenos raros representantes da corporação, que conservaram as tradições antigas.
Uma vez a pequena aldeia instalada na floresta os ferreiros começam o trabalho, dedicando-se uns á fundição do minério outros á arte de forjar.
O bloco depois de frio, é esmagado pelo peso de uma pedra, e os pedacinhos de ferro, são em seguida trabalhados na forja, transformando-se em parte em utensílios como, enxadas, machadas ou em armas: flechas. zagalas, punhais, em parte em pequenos cubos que levam para a terra depois de acabar a estação das minas
A forja consiste essencialmente na fogo que arde no chão e que é intensificado pelo sopro de dois foles opostos. Uma pedra faz função de bigorna. O martelo tem a forma de um badalo e é muito pesado. Uma tenaz com anilha móvel, completa a ferramenta.
Como são dignos de admiração estes ferreiros cuanhamas que com instrumentos tão primitivos conseguem executar trabalhos como pontas de flechas, e até agulhas,etc...!
Aldeia Cuanhama
Padre Carlos Estermann e Elmano da Cunha e Costa - Angola 1950
O Padre Carlos Estermann foi um dos maiores e melhores estudiosos dos povos nativos de Angola e editou inúmeras obras de grande valor ciêntifico e histórico
O trabalho do campo, excepto o arroteamento e a vedação, pertence ás mulheres, que estão encarregadas também das ocupações domésticas.
Por outro lado, tudo o que se refere ao gado é ocupação dos homens. É claro que esta divisão, de tarefas não exclui que o homem não ajude casualmente a mulher na monda do mantimento, nem que a mulher se junte aos homens para no campo seco dessedentar todo o gado tirando a água muitas vezes de poços fundos com meios primitivos.
Uma ocupação ocasional, reune igualmente homens e mulheres; a pesca que se pratica todos os anos com grande êxito pelos indígenas, que habitam as margens do Cuvelai, quando as águas nas lagoas baixam suficientemente.
Mais ao sul, ela só é possível nos anos de grandes cheias. Os homens servem-se de uma espécie de arpão, fixado a uma aste de madeira. As mulheres utilizam cestos especiais.
Nenhum homem pode também ignorar a maneira como se fazem os cestos grandes, que servem para celeiros. O material é fornecido pela copaífera que dá as vergas, tirando-se as correias da casca. Depois de pronto, o cesto, leva uma ligeira camada de barro no interior, o que é outra vez trabalho de mulheres.
Como todos os povos, os Cuanhamas conhecem a separação do trabalho por profissões, umas exclusivamente de homens outras de mulheres.
Que a caça e o trabalho dos metais, não surpreende ninguém, mas espanta que eles exerçam também o ofício de «modistas». De facto, assim é.
A peça principal do vestuário feminino, é preparada, cortada e provada por homens especializados .
De todos os ofícios o de ferreiro é o mais considerado, envolvendo os que o praticam de um certo nimbo sobrenatural. Segundo a crença destes povos, a arte de transformar umas «pedras» em ferro, não se obtém apenas pelas forças naturais, sendo preciso uma intervenção sobrenatural. Por isso o acto mais importante antes da fundição, é a chamada «cura das pedras» que consiste na invocação dos espíritos dos antepassados e na oferta de diversos pequenos sacrificios.
Apesar desta superstição os ferreiros cuanhamas, são hábeis e célebres sabendo muito bem, temperar o metal
.
Hoje em dia, a exploração das minas encontra-se bastante decaída. Felizmente, porém ainda há uns pequenos raros representantes da corporação, que conservaram as tradições antigas.
Uma vez a pequena aldeia instalada na floresta os ferreiros começam o trabalho, dedicando-se uns á fundição do minério outros á arte de forjar.
O bloco depois de frio, é esmagado pelo peso de uma pedra, e os pedacinhos de ferro, são em seguida trabalhados na forja, transformando-se em parte em utensílios como, enxadas, machadas ou em armas: flechas. zagalas, punhais, em parte em pequenos cubos que levam para a terra depois de acabar a estação das minas
A forja consiste essencialmente na fogo que arde no chão e que é intensificado pelo sopro de dois foles opostos. Uma pedra faz função de bigorna. O martelo tem a forma de um badalo e é muito pesado. Uma tenaz com anilha móvel, completa a ferramenta.
Como são dignos de admiração estes ferreiros cuanhamas que com instrumentos tão primitivos conseguem executar trabalhos como pontas de flechas, e até agulhas,etc...!
Aldeia Cuanhama
Padre Carlos Estermann e Elmano da Cunha e Costa - Angola 1950
O Padre Carlos Estermann foi um dos maiores e melhores estudiosos dos povos nativos de Angola e editou inúmeras obras de grande valor ciêntifico e histórico
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Um perfume de violetas
Empenhado em subjugar os ferozes Zulus, o exército inglês invadiu a Zululândia (Reino Zulu) em 1879. A campanha começou mal, com o aniquilamento completo de uma coluna britãnica em Isandhlwana.
Como reforço foram rápidamente enviadas tropas de Inglaterra, nas quais seguiu incorporado o príncipe imperial de França filho único do exilado Napoleão III e da antiga imperatriz Eugénia.
O jovem príncipe estritamente proíbido de correr riscos desnecessários, foi autorizado a incorporar-se numa coluna de vanguarda.
Ao cair numa emboscada armada pelos Zulus, o cavalo do príncipe encabritou-se e arremessou-o ao chão. Os Zulos aproximaram-se com as lanças em riste, e mataram o príncipe e os dois oficiais que o acompanhavam.
No dia seguinte os três foram sepultados juntos.
Um ano depois a raínha Vitória autorizou Eugénia a visitar a Zululãndia (Reino Zulu) e a recuperar o corpo do filho.
A erva e os arbustos que cobriam o monte de pedras que assinalava a sepultura dificultavam a sua localização . De repente Eugénia exclamou: «Cheira-me a violetas - foram sempre a sua flor preferida». E correu sem qualquer hesitação até um determinado ponto, descobrindo de facto a sepultura do filho.
Filho do Imperador Napoleão lll e da Imperatriz Eugénia de Montijo de origem espanhola, Napoleão Eugénio Luís João José Bonaparte, foi príncipe imperial de França sendo o herdeiro do trono, até 1871, quando foi proclamada a República .
De muito boa aparência e de esmerada educação foi no seu tempo assediado por vários monarcas europeus que desejavam negociar casamentos para as suas filhas.
Nasceu em Paris em 1856 e morreu na África do Sul, em 1879 .
Dizia-se que o príncipe estaria sentimentalmente unido à princesa Beatriz do Reino Unido o que explicaria a participação dele nas batalhas que os ingleses travavam nas suas colónias
¸.•*¨✿
domingo, 3 de abril de 2016
Ribes Nigrum - Groselha negra
Paranhos Porto
domingo, 20 de março de 2016
Adeus amigos fiéis
A 8 kilómetros de Paris seguindo pela margem do Sena até Asnières-sur-Seine encontra-se um lugar coberto de vegetação. É ali que o rio se abre para uma uma pequena ilha.
Atravessando a ponte que leva a essa ilha encontramos um portão largo e bonito que dá para alamedas sombreadas e terraços floridos com lápidezinhas espalhadas pelo meio .
Chegamos ao Cemitério de cães.
Neste local estão enterrados cerca de 10.000 amigos do homem. E nem todos são cães - há também gatos, galinhas, macacos e até um leão, uma gazela e dois cavalos.
Um dos emblemáticos monumentos é em memória de Barry.
O cão foi esculpido em granito e às suas costas tem uma menina que salvou das neves da montanha.
A lápide diz o seguinte:
"Salvou 40 pessoas pessoas, e morreu ao tentar salvar a quadragésima primeira"
Barry, embalsamado
Barry pertencia aos frades da Ordem de S. Bernardo e durante mais de sete anos da sua vida enfrentou as tempestades de inverno dos Alpes Franceses, na busca de viajantes perdidos ou vencidos pelo frio. Quando os encontrava, aquecia-os com o calor do seu corpo.
Se eles estivessem muito fracos para caminhar, Barry arrastava-os para fora da neve e saía a latir em busca de socorro.
No crepúsculo de um dia de dezembro Barry encontrou um homem perdido na neve. Estonteado pelo frio e vendo o vulto de um animal coberto de gêlo a latir e a saltar para ele, o homem encheu-se de medo.
Tinha consigo uma barra de ferro, com a qual golpeou Barry na cabeça. Mesmo mortalmente ferido Barry arrastou-se até ao mosteiro para informar os frades que havia alguém a precisar de ajuda. Seguindo o rasto do seu sangue, os frades chegaram ao local onde estava o homem que ferira Barry e matara Barry.
O cemitério e um manancial de heróis de 4 patas, e de companheiros insubstituíveis dos seus donos. .
Numa lápide sobre um túmulo lê-se
"Drac, 1941-1953: Fiel companheiro de horas trágicas precioso amigo no exílio.(S.M. Raínha Elizabeth da Grécia, Princesa da Romania."
Mystico, esculpido em pedra, olha para os versos a ele dedicados pelo seu dono, Marcel Leguay (cantor francês do século XIX ) que dizem:
«Mystico, meu bom cão de pêlo áspero e ar vagabundo, nunca saberás, quanto eu te amei.»
Tola Dorian poetisa e escritora (de origem russa mas naturalizada francesa pelo casamento ) deixou a este epitáfio ao seu cão Sappho:
«Sappho, querido e nobre amigo se a tua alma não me acompanhar na longa jornada, não desejo a eternidade».
Três pequenos caniches estão esculpidos em granito, embaixo do qual se lê:
«Queridos amiguinhos, nós que somos jovens choraremos por vocês quando formos velhos"
Outra inscrição «Por Dolly que me salvou de um incêndio eu choro. »
E mais outra que por si mesmo conta uma história:
«Ao meu pêlo de arame querido, ao meu Tito,( amigos e amantes me traíram,) tu meu pequeno camarada, foste o único que correspondeu à minha confiança..
No túmulo de Griff há uma citação de Víctor Hugo:
«O cão é virtude, que não podendo tomar forma humana tomou forma animal»
Frase comum a muitos túmulos a muitas vezes citada por Pascal.:
QUANTO MAIS CONHEÇO OS HOMENS MAIS AMO O MEU CÃO.
Este cemitério para animais existe graças a Marguerite Durand, e Alexandre Dumas, que induziram outros amigos dos animais a abrir subscrições. Contribuiram ricos e pobres grandes e pequenos, e a cidade prontificou-se de imediato a ceder o terreno. Assim nasceu "Lille de Ravageurs "
O cemitério com cerca de um hectar de terreno, pertence a uma sociedade particular e é mantido, através de entradas pagas a quem o visitar e pela venda de lugares para sepulturas..
Nos seus portões, pede-se ao visitante, que não "não pise nas sepulturas, não corte as plantas, não ria alto, nem pratique actos de mau gosto"
A única diferença entre estas sepulturas e as do ser humano, é que nestas não há emblemas religiosos.
A verdadeira grandeza não consiste nos actos de bravura mas também em dedicação quotidiana .
E aqui jazem os que foram, companheiros de grandes e pequenos.
Os seus epitáfios são testemunhas do consolo que souberam oferecer aos seus donos.
segunda-feira, 7 de março de 2016
Fumaria faurei
Fumaria faurei é uma espécie de planta com flor pertencente à família Papaveraceae
Trata-se de uma espécie presente e natva do território português
Quinta do Covelo-Paranhos Porto
domingo, 6 de março de 2016
Os Himba
Onde o rio Cunene marca a fronteira da Namíbia com Angola, estende-se um território semi árido onde uma tribo de criadores de gado se instalou de forma permanente: os himba. Os quase três mil himbas que ocupam 50 mil kilómetros quadrados da Kaokoland são oriundos de um grupo muito mais extenso de pastores de idioma herero.
Inicialmente nómadas, o povo, himba foi-se tornando sedentário, devido à localização dos poços de água.
Tanto os homens como as mulheres são fácilmente reconhecíveis pelo seu porte e beleza.
A imagem é muito importante para eles, dando atenção às roupas e adornos.
Mas mais pelo vestuário os himbas são facilmente reconhecidos pelo seu tom de pele avermelhada . A cor provém de uma tinta que as mulheres utilizam com frequência e para a produzir moem algumas pedras de ferro oxidadas até conseguirem uma mistura de pó ocre com gordura de animal.
Da mistura obtem-se um creme espesso e avermelhado que espalham pelo corpo e até pelas roupas tingindo tudo de vermelho.
A tinta vermelha é a base de uma imagem cuidada, completada pelos adornos, roupas de couro, e penteados complicados. Não retiram os adornos durante o dia. Inclusivamente, para os trabalhos mais duros, os homens e as mulheres, são ataviados com todo o conjunto de adornos.No dia a dia dos himbas o trabalho é constante durante as horas em que há luz, tratando e alimentando o gado. A tarefa diária de moer o milho ainda se realiza utilizando os pilões de pedra, tal como no Neolítico .
Antigamente e quando nómadas, os himba os povoados ficavam apenas a alguns meses do mesmo local mas agora como os poços têm permanentemente água, os povoados são fixos e as casas têm de ser reparadas, constantemente .
Por tal motivo os himbas recorrem mais uma vez ao seu gado.
Por tal motivo os himbas recorrem mais uma vez ao seu gado.
O gado é o centro da vida dos himba.Dele extraem o leite e o requeijão à base da sua dieta, o esterco com que constroem as casas, e o couro com que se vestem.Por esta razão, o cuidado e a protecção do gado, convertem-se na principal tarefa desta tribo e a mais importante para todos!
LuzB
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